terça-feira, 1 de outubro de 2013

Desanuviar - Mutantes

"Vai embora nuvem, vai embora e não vem mais..."



Desanuviar
(Os Mutantes)

Quem sabe o sol quem sabe o ar
Quem sabe o vento vai parar de soprar
Quem sabe um dia as nuvens um dia desanuviar
Quem sabe a fome, quem sabe a paz
Quem sabe um dia tudo me satisfaz
Quem sabe se é hoje o dia de desanuviar
Quem sabe as trevas, quem sabe a luz
Nem sempre é ouro aquilo que nos seduz
Quem sabe se é hoje o dia de desanuviar
Vai embora nuvem, vai embora e não vem mais
Quem sabe tudo fica como está
Quem sabe a música para de tocar
Quem sabe se é hoje o dia de desanuviar
Vai embora nuvem, vai embora e não vem mais

Os Mutantes - O Meu Refrigerador não Funciona

"Meu refrigerador não funciona!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"



Eu não sei o que vocês acham, mas essa música, pra mim, sempre soou como uma crítica direta ao consumismo. É muita dolência, desespero e pranto, pra pouco caso, ou seja, por um "refrigerador que não funciona". Uma crítica, mais especificamente, portanto, à supervalorização das "coisas". E o comentário se faz, da maneira como é posto, com muito humor e surpresa. Isso é bem nítido pela pastichização deliberada do blues, exagerando nos melismas (numa aparente seriedade), que desembocam (e seguem) na frase bombástica: "meu refrigerador não funciona!!!!". Lembro que da primeira vez que ouvi a canção, senti aquele regozijo interno. "Putz, eles conseguiram". Inventividade musical, domínio técnico-histórico, humor, crítica, consciência, fruição. Musicalmente, aliás, é o tipo de faixa em que tudo da um show, teclados, baixo, bateria, trompete, canto, arranjo, "improviso"...
Agora, depois da experiência com Coline Serreau e a sua parábola alienígena, penso se tratar de algo bem ao estilo La Belle Verte, que usa, sabiamente, o humor para tratar de "assuntos sérios".

domingo, 29 de setembro de 2013

Caetano Veloso - Terra



Terra
(Caetano Veloso)

Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Mando um abraço prá ti
Pequenina como se eu fosse
O saudoso poeta
E fosses a Paraíba...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo de elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

De onde nem tempo, nem espaço
Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Na sacada dos sobrados
Da velha são Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra!

Tom Jobim e a Nova Banda - Passarim (vinyl / LP)



Passarim
(Tom Jobim)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..

E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..

Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta então, me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

sábado, 28 de setembro de 2013

Bob Dylan - Blowin in the Wind

"Yes and how many times can a man turn his head
Pretend that he just doesn't see?
"



Blowin in the Wind
(Bob Dylan)

How many roads must a man walk down
Before you can call him a man?
How many seas must a white dove sail
Before she can sleep in the sand?
Yes and how many times must cannonballs fly
Before they're forever banned?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Yes and how many years can a mountain exist
Before it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head
Pretend that he just doesn't see?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Yeah and how many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind?

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Caetano Veloso - Podres poderes

"Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais"




Podres Poderes
(Caetano Veloso)

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Motos e fuscas avançam
Os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais...

Queria querer gritar
Setecentas mil vezes
Como são lindos
Como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval...

Queria querer cantar
Afinado com eles
Silenciar em respeito
Ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais
Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais...

Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo
Indo e mais fundo
Tins e bens e tais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
Na incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que essa
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais...

Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais
Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo...

Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!

sábado, 21 de setembro de 2013

Simon and Garfunkel - Last Night I Had A Strangest Dream

"Last night I had the strangest dream
I ever dreamed before
I dreamed the world had all agreed
To put an end to war
"



Last Night I Had A Strangest Dream
(Ed McCurdy)

Last night I had the strangest dream
I ever dreamed before
I dreamed the world had all agreed
To put an end to war
I dreamed I saw a mighty room
The room was filled with men
And the paper they were signing said
They'd never fight again

And when the papers all were signed
And a million copies made
They all joined hands and bowed their heads
And grateful prayers were prayed
And the people in the streets below
Were dancing round and round
And guns and swords and uniforms
Were scattered on the ground

Last night I had the strangest dream
I ever dreamed before
I dreamed the world had all agreed
To put an end to war

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

John Lennon - Crippled Inside

"You can shine your shoes
And wear a suit
You can comb your hair
And look quite cute
You can hide your face
Behind a smile
One thing you can't hide
Is when you're crippled inside
"


Crippled Inside
(John Lennon)

You can shine your shoes
And wear a suit
You can comb your hair
And look quite cute
You can hide your face
Behind a smile
One thing you can't hide
Is when you're crippled inside
You wear a mask
And paint your face
You can call yourself
The human race
You can wear a collar
And a tie
But the one thing you
Can't hide is when you're
Crippled inside
Well now you know that your
Cat has nine lives babe
Nine loves to itself
But you only got one
And a dog life ain't no fun
Mamma take a look outside.
You can go to church
And sing a hymn
Judge me by the color
Of my skin
You can live a lie until you die
One thing you can't hide
Is when you're crippled inside.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ranchos, Filhos e Mulher - Recordando O Vale das Maçãs

"Eu quero respirar ar puro sem poluição..."


Ranchos, Filhos e Mulher
(Recordando O Vale das Maçãs)

Eu quero ter minha casa cheia de amigos bons
Com bichos de toda maneira e com muito som
Eu quero dezenas de filhos que saibam cantar
Você na rede balançando, cantando pro nenê nanar
Eu quero ter uma charrete como condução
Eu quero respirar ar puro sem poluição
Eu quero como os passarinhos aprender a cantar
Um mundo de sorriso e flores
A vida que eu quero levar
Aí eu posso pegar minha viola e tocar o que eu quiser
Á tarde levantar da rede pra tomar café
Um dia vou ter tudo isso, ah se Deus quiser
Vou encontrar a paz perfeita
Com meu rancho, filhos e mulher

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mad World - Tears For Fears

"And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cause I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad world, mad world
Mad world, mad world..."




Mad World
(Tears For Fears)

All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
And their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cause I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad world, mad world
Mad world, mad world

Children waiting for the day they feel good
Happy birthday, happy birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Now the teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cause I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad world, mad world
Mad world, mad world

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cause I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad world, mad world
Halogean world
Mad world, mad world

domingo, 25 de agosto de 2013

Rare Bird - Sympathy

"And sympathy is what we need my friend!"



Sympathy

Now when you climp,into your bed tonight.
And when you lock and bolt the door.
Just thing of those,out in the cold and dark,
'cause there's not enough love to go 'round.

And sympathy is what we need my friend,
and sympathy is what we need.
And sympathy is what we need my friend,
'cause there's not enough love to go 'round,
no there's not enough love to go 'round.

Now half the world, hates the other half.
And half the world,has all the food.
And half the world, lies down and quietly starves,
'cause there's not enough love to go 'round

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

We're All Playing In The Same Band - Bert Sommer

"We're all playing in the same band!


We're All Playing In The Same Band
(Bert Sommer)

We're all playing in the same band
There's enough guitars for you and me
Stand beside your brother and take his hand
Seems the times are changing finally

We're all playing in the same band
Sing the song together and you'll see
Let them know forever just where you stand
People must be learning finally

And we're all playing in the same band
We're all playing in the same band
We're all playing in the same band

Oh, him, her, you and me
Them and those, he and she
And we and we

Him, her, you and me
Them and those, he and she
And we and we

We're all playing in the same band
There's enough guitars for you and me
Stand beside your brother and take his hand
Seems the times are changing finally

Whoa, oh, oh
And we're all playing in the same band
We're all playing in the same band
We're all playing in the same band

sábado, 17 de agosto de 2013

Bob Marley and The Wailers - Concrete Jungle



Concret Jungle
(Bob Marley)

No sun will shine in my day today
(No sun will shine.)
The high yellow moon won't come out to play
(Won't come out to play.)
Darkness has covered my light (and has changed,)
And has changed my day into night
Now where is this love to be found, won't someone tell me?
'Cause life, sweet life, must be somewhere to be found, yeah
Instead of a concrete jungle where the livin' is hardest
Concrete jungle, oh man, you've got to do your best, yeah.

No chains around my feet, but I'm not free
I know I am bound here in captivity
And I've never known happiness, and I've never known sweetcaresses
Still, I be always laughing like a clown
Won't someone help me?
Cause, sweet life, I've, I've got to pick myself from off the ground, yeah
In this here concrete jungle,
I say, what do you got for me now?
Concrete jungle, oh, why won't you let me be now?

I said life, sweet life, must be somewhere to be found, yeah
Instead of a concrete jungle, illusion, confusion
Concreate jungle, yeah
Concrete jungle, you name it, we got it, concrete jungle now

Concrete jungle, what do you got for me now

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Caetano Veloso - Tigresa

"Mas ela ao mesmo tempo diz
Que tudo vai mudar,
Porque ela vai ser o que quis
Inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz,
Vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão..."


Eu penso nessa frase, "E a tigresa possa mais do que o leão.", como a mudança de uma sociedade patriarcal para uma matriarcal. O que, pensamos, diminuiria muitas das atrocidades ridículas por aí, coisas que só uma boa dose de testosterona bruta podem inventar. Recomento o vídeo desse senhor aqui, Patch Adams, um "filosofo", acima de tudo.
Ps. Viajei na maionese?

Tigresa
(Caetano Veloso)

Uma tigresa de unhas
Negras e íris cor de mel.
Uma mulher, uma beleza
Que me aconteceu.
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel.

Enquanto os pelos dessa
Deusa tremem ao vento ateu,
Ela me conta, sem certeza,
Tudo o que viveu:
Que gostava de política em mil
Novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin? Days.

Ela me conta que era atriz
E trabalhou no Hair.
Com alguns homens foi feliz,
Com outros foi mulher.
Que tem muito ódio no coração,
Que tem dado muito amor,
Espalhado muito prazer e muita dor.

Mas ela ao mesmo tempo diz
Que tudo vai mudar,
Porque ela vai ser o que quis
Inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz,
Vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão.

As garras da felina
Me marcaram o coração,
Mas as besteiras de menina
Que ela disse, não.
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul.
Como é bom poder tocar um instrumento.

domingo, 11 de agosto de 2013

Passaredo - Chico Buarque

"Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí"



Embora a canção case muito bem com a temática do blog, Chico Buraque é confessadamente um não-ecologista. Contasse até que o compositor chegou a ouvir Passaredo saboreando uma nada ecológica carne de capivara. Dizer o que?

Passaredo
(Francis Hime e Chico Buarque)

Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

sábado, 10 de agosto de 2013

Tirinha

Derrubar todas as árvores nos dá uma visão clara
da devastação causada por derrubar todas as árvores.

[Álbum + Crítica] 1

"[...] a grande virtude do filme 'La Belle Verte" é apresentar essa gnóstica desconexão não como um fenômeno de reforma puramente íntimo, místico ou abstrato. A desconexão implica numa ação sociopolítica de quebra da ordem: a negação dos papéis sociais prescritos pela sociedade ao ponto de produzir anárquica contestação da hierarquia e desobediência civil."

FERREIRA, Wilson Roberto V.. Mitologia Ufológica e Gnosticismo na ficção científica francesa "La Belle Verte". Cinema Secreto: Cinegnose, 4 de maio de 2011.

Link para o texto: http://cinegnose.blogspot.com.br/2011/05/mitologia-ufologica-e-gnosticismo-na.html

A partir de hoje irei começar uma série de fotos aliadas a algumas críticas sobre o filme. As imagens são de um álbum especial sobre La Belle Verte e faram digitalizadas pelo nosso blog. Espero que gostem!




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hungry Planet - The Byrds

"I´m a hungry planet, I had the blueest seas
All the people kept chopping down all my finest trees
Poisening my oxygen, diggin´ in my skin
Takin´ more out of my earth than they´ll ever put back in"


Hungry Planet
(Ther Byrds)

I´m a hungry planet, I had a youthful face
They were in hurry to go to outer space
They needed bombs and tungsten, ore and iron too
So they climbed and they dug and they blew divided me right in two

I´m a hungry planet orbiting in the sky
The things they did to hurt me pass on by and by
Now here I am all alone, they never ever learn
Well I had to shake and quake and make their houses burn

I´m a hungry planet, I had the blueest seas
All the people kept chopping down all my finest trees
Poisening my oxygen, diggin´ in my skin
Takin´ more out of my earth than they´ll ever put back in
I´m a hungry planet

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Made To Love Magic

"I was born to sail away
Into a land of forever
Not to be tied to an old stone grave
In your land of never"


Made to love magic
(Nick Drake)

I was born to love no one
No one to love me
Only the wind in the long green grass
The frost in a broken tree.

I was made to love magic
All its wonder to know
But you all lost that magic
Many many years ago.

I was born to use my eyes
Dream with the sun and the skies
To float away in a lifelong song
In the mist where melody flies.

I was made to love magic...

I was born to sail away
Into a land of forever
Not to be tied to an old stone grave
In your land of never.

I was made to love magic...

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sergio Sampaio - Viajei de Trem

"O ar poluído polui ao lado
A cama, a dispensa e o corredor
Sentados e sérios em volta da mesa
A grande família e o dia que passou..."



Viajei de Trem
(Sérgio Sampaio)

Fugi pela porta do apartamento
Nas ruas, estátuas e monumentos
O sol clareava num céu de cimento
As ruas, marchando, invadiam meu tempo

Viajei de trem
Viajei de trem
Viajei de trem
Viajei de trem, eu vi...

O ar poluído polui ao lado
A cama, a dispensa e o corredor
Sentados e sérios em volta da mesa
A grande família e o dia que passou

Viajei de trem, eu viajei de trem
Eu viajei de trem, mas eu queria
Eu viajei de trem, eu não queria...
Eu vi...

Um aeroplano pousou em Marte
Mas eu só queria é ficar à parte
Sorrindo, distante, de fora, no escuro
Minha lucidez nem me trouxe o futuro

Viajei de trem
Viajei de trem
Viajei de trem
Viajei de trem, eu vi...

Queria estar perto do que não devo
E ver meu retrato em alto relevo
Exposto, sem rosto, em grandes galerias
Cortado em pedaços, servido em fatias

Viajei de trem
Eu viajei de trem
Mas eu queria
É viajar de trem
Eu vi...

Seus olhos grandes sobre mim
Seus olhos grandes sobre mim

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um Só - Pedro Santos

"Eu sou de um pedacinho de nada
De um pedacinho de cada
Dentro de  tudo que há
"


Um Só
(Pedro Santos)

Eu sou de uma poção que nem pó
De uma porção de um só
Sempre pra lá e pra cá

Eu sou de um pedacinho de nada
De um pedacinho de cada
Dentro de tudo que há

Aquele que na palavra entender
No nome não se prender
Pode ver bem quem eu sou

Mas quem no pé da letra cair
Do nome não vai sair
Porque no nome não estou.


O disco completo:

domingo, 14 de julho de 2013

Wallace Collection 'Fly Me To The Earth' (1969)

"We live in plastic rooms
And plastic houses
And plastic towns
And even the sky is a plastic ceiling painted blue
"



E encerramos nossa "tríade plástica" com esta canção da banda belga Wallace Collection. As outas duas "canções plásticas" foram Alles Plastik, do disco de Carlos Careqa e Fake Plastic Trees, do RadioHead. Lembrando que em La Belle Verte, comportamentos e objetos artificias ("plásticos") são a todo instante apresentados ao telespectador, daí a nossa obsessão com o tema. São a comida (a carne com hormônio), o ar (poluído e fétido), a água (que não corre mais em rios, e que tem um gosto estranho); a segurança do médico (no fundo, nunca soube fazer um parto), a amor de sua mulher ("prostituição legal"), o batom (para as pessoas serem "mais amadas").

Fly Me To The Earth
(Wallace Colection)

We live in plastic rooms
And plastic houses
And plastic towns
And even the sky is a plastic ceiling painted blue

The streets with plastic trees
Are so unreal, they bring you down
And it sounds so plastic when people say "How do you do?"

Fly me to the earth where the grass is green
And birds can be seen, that's paradise
Fly me to the earth where the flowers grow
And where the rivers flow, that's nice

We dress in plastic clothes,
We go in ... but where can we go?
Living in the sky is not living high
We leave the land behind explore the sky but wonder why

Oh some day we will turn to plastic and surely we will die

Fly me to the earth where the grass is green
And birds can be seen, that's paradise
Fly me to the earth where the flowers grow
And where the rivers flow, that's nice

Fly me to the earth where the grass is green
And birds can be seen, that's paradise
Fly me to the earth where the flowers grow
And where the rivers flow, that's nice

domingo, 7 de julho de 2013

Cream - World of Pain

"I can hear all the cries of the city,
No time for pity

For a growing tree."



World Of Pain
Cream

Outside my window is a tree.
Outside my window is a tree.
There only for me.
And it stands in the gray of the city,
No time for pity for the tree or me.

There is a world of pain
In the falling rain
Around me.

Is there a reason for today?
Is there a reason for today?
Do you remember?
I can hear all the cries of the city,
No time for pity for a growing tree.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Carlos Careqa - Cidade

"O que será desta calma cidade
se progredir nesta velocidade
há de conter toda elasticidade
ou transbordar sua capacidade...
"



Cidade
(Carlos Careqa e Milton Karan)

"O que será desta calma cidade
se progredir nesta velocidade
há de conter toda elasticidade
ou transbordar sua capacidade

Tanto se fala na universidade
quanto mais gente maior densidade
é muita gente sem necessidade
é realmente uma adversidade

Qual futuro espera tal mocidade
que anda a procura da felicidade
nalgum cantinho de privacidade
que tenha água e eletricidade

Só quero olhar para a veracidade
não há lugar para se ter falsidade
nem suportar essa atomicidade
nem respira toda inceticidade


Nem ingerir tanta publicidade
nem acalmar toda ferocidade
e todo dia cresce de intensidade
os pais se casam com duplicidade

Os filhos nascem com triplicidade
desliguei o x da multiplicidade
eu estou cheio de cumplicidade

nós estamos cheios de cumplicidade"

O disco completo você encontra aqui:

sábado, 8 de junho de 2013

Alles Plastik - Carlos Careqa

"As batatas frescas da prateleira
Os ovos frescos da granja
Os filés cheios de hormônio
Super sucessos em disco
O charme do velho Roberto Carlos
O amor do marinheiros
E o sorriso dos políticos

Tudo plástico
Tudo plástico
Plástico"



No filme, o que é retratado como plastico: O amor da mulher do médico. A segurança profissional do médico, baseada "no grito". O discurso político. A comida. O ar.

Alles Plastik
(C. Careqa, Volker Ludwig, P. Leminski, A. Távora, Madalena Petzl)

"Alles plastik

As ruas em que você anda
O lugar em que você está
A comida, o vestido, o salto do sapato
A roupa que você leva

Bananas do Panamá
Salada dos americanos
As maçãs com cascas duras
da África do sul

Tudo plástico
Tudo plástico
Plástico

Alles Plastik

As batatas frescas da prateleira
Os ovos frescos da granja
Os filés cheios de hormônio
Super sucessos em disco
O charme do velho Roberto Carlos
O amor do marinheiros
E o sorriso dos políticos

Tudo plástico
Tudo plástico
Plástico

Alles Plastik

O verão deste ano
A pinga no bar
A velha com os olhos loiros e os cabelos azuis
Eu viajar pro polo norte
no fundo profundo gelo
e raspar um pouquinho

Quero até apostar,
A merda, tudo plástico
Tudo plástico
Plástico

Democracia
A, B, C,
CIA, KGB,
PDB, PCBeB

Você não vê
Tudo plástico
De A até Z
Alles Plastic
Até você, tudo plástico
Plástico
Plástico

Alles Plastik"

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Mutantes - Panis et circensis

"As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar..."



Panis et circensis
(Caetano Veloso e Gilberto Gil)

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar

Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

sábado, 25 de maio de 2013

Purificar o Subaé - Maria Bethânia

"...o horror de um progresso vazio..."



Purificar o Subaé
(Caetano Veloso)

"Purificar o Subaé
Mandar os malditos embora
Dona d'água doce quem é?
Dourada rainha senhora
Amparo do Sergimirim
Rosário dos filtros da aquária
Dos rios que deságuam em mim
Nascente primária
Os riscos que corre essa gente morena
O horror de um progresso vazio
Matando os mariscos e os peixes do rio
Enchendo o meu canto
De raiva e de pena"

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Adeus Pantanal - Itamar Assumpção

"Eu fui à Corumbá pra no Pantanal olhar
a bicharada
Eu fui pra ver, não vi, que decepção senti
Vi quase nada"




Adeus Pantanal
(Itamar Assumpção)

"Eu nasci e vivo no Brasil, então
Eu fui à Corumbá pra no Pantanal olhar a bicharada
E fui pra ver, não vi, que decepção senti
Vi quase nada

Eu não vi bem-te-vi, beija-flor nem juriti, a passarada
Eu não vi jaboti, não vi coral, sucuri
Vi quase nada

Eu não vi o quati, não vi anta nem sagüi, onça pintada
Eu não vi o saci, não vi o grilo cri-cri
Vi quase nada

Eu fui à Corumbá pra no Pantanal olhar a bicharada
Eu fui pra ver, não vi, que decepção senti
Vi quase nada

Eu não vi lambari, nem pintado nem mandi, a peixarada
Paca também não vi, pacu, índia guarani
Vi quase nada

Eu não vi jacaré, não vi cobra cascavel, não vi ninhada
Não vi pé de sapé, nem arruda nem guiné
Vi quase nada

Eu fui à Corumbá pra no Pantanal olhar...
Vi quase nada

Eu não vi sabiá, nem macaco nem preá, nem revoada
Eu não vi gurundi, nem ararara nem guaxi
Vi quase

Eu não vi o tiê, chué uiruuté, não vi pescada
Eu não via xuri, não vi o uiriri, vi quase nada"

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Fake Plastic Trees - RadioHead



Como não lembrar da cena da mulher do médico com Mila. A extraterrestre, investigando a bolsa da moça, não consegue entender porque ela precisa passar batom nos lábios, para "ser amada". Seus filhos e seu marido não passam batom, e nem por isso deixam de ser amados. É uma lógica difícil de entender pra quem vem de fora.

Fake Plastic Trees
(RadioHead)

"Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins

It wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run

It wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out

If I could be who you wanted
If I could be who you wanted all the time

All the time..."


Tradução: http://letras.mus.br/radiohead/63486/traducao.html

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um poema de Leminski

Gente que mantém
pássaros na gaiola
tem bom coração.
Os pássaros estão a salvo
de qualquer salvação.

(Paulo Leminski)



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fábrica - Legião Urbana

"...O céu já foi azul, mas agora é cinza
E o  que era verde aqui já não existe mais..."


Fábrica
(Renato Russo)

Nosso dia vai chegar,
Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão.

Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.

De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?

O céu já foi azul, mas agora é cinza
E o que era verde aqui já não existe mais.
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada 
De tanto brincar com fogo,
Que venha o fogo então.

Esse ar deixou minha vista cansada,
Nada demais.

segunda-feira, 25 de março de 2013

luxo saber...

luxo saber

além destas telhas
um céu de estrelas

(p. leminski)

Paradoxalmente, gozar da naturez tem se tornado um luxo.

domingo, 10 de março de 2013

Plantas Embaixo do Aquário - Legião Urbana


"Aceite o desafio e provoque o desempate
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce
Se afaste do abismo
Faça do bom-senso a nova ordem..."



Desmontar os disfarces não seria exatamente o que o programa de desconexão faz? É comum as pessoas agirem de maneira que na verdade não corresponde ao que elas são ou ao que elas pensam. Isso geralmente se dá por imposição de uma cultura, onde sem perceber ficamos amarrados ao que não nos agrada. Vivemos por trás de uma máscara. O médico obstetra, por exemplo, com toda a sua pompa de grande profissional, após a desconexão acaba confessando que nunca soube fazer um parto. A moça, atendente da loga de doces, comprava a máscara social que lhe impunham e vendia doces estragados. Depois de ser desconectada, lembram o que ela fez com os quitutes? E a mulher do médico, coitada, sofria com o doutor. E só não separava por causa da conta bancária do esposo, "prostituição legal". Mais um disfarce.
Está certo que, inevitavelmente  desempenhamos um papel social, no sentido de atuação mesmo. Como diz Prost "Nossa personalidade social é uma criação do pensamento alheio. " A vida, neste sentido, assemelha-se a um palco. E se não dá pra colar, há que se decorar algum texto:
"Um palco, a vida, e uma comédia; ou aprendes a dançar, deixando a sisudez de lado, ou lhe aguentarás as dores". (Paladas).  Aí eu me pergunto, palco ou picadeiro? Lembrando uma máxima latina: Totus mundus agit histrionem (todo mundo banca o palhaço).
Mas nada disso importa. O problema mesmo é quando a máscara asfixia, aí o bicho pega! Quando a máscara engana e explora! Quando a máscara mata!! Quem já assistiu aquele documentário Corporatiom, sabe. Em nome de uma instituição tudo é possível. Enfim, eu não gosto muito de máscaras, nem a Coline Serreau, pelo visto.

Plantas Embaixo do Aquário
(Dado Villa-Lobos; Renato Russo)

Aceite o desafio e provoque o desempate
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce
Se afaste do abismo
Faça do bom-senso a nova ordem

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

(dialogos em francês e inglês)

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

Pense só um pouco
Não há nada de novo
Você vive insatisfeito e não confia em ninguém
E não acredita em nada
E agora é só cansaço e falta de vontade
Mas faça do bom-senso a nova ordem

Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar
Não deixe a guerra começar

sexta-feira, 8 de março de 2013

Paranoid Android - RadioHead

"...Ambition makes you look pretty ugly..."


[em breve comentários]

Paranoid Android
(Colin Greenwood; Jonny Greenwood; Ed O'Brien; Phil Selway; Thom Yorke)

Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
With your opinion which is of no consequence at all
What's that...? (I may be paranoid, but no android)
What's that...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking and squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name?
I guess he does....

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high...high...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high... high...
Rain down, rain down
Come on rain down on me

That's it, sir
You're leaving
The crackle of pigskin
The dust and the screaming
The yuppies networking
The panic, the vomit
The panic, the vomit
God loves his children, God loves his children, yeah

quinta-feira, 7 de março de 2013

Quanto Tempo Mais - Blindagem

"...Mais uma estrada asfaltada
Sem flores não leva a nada
Pra se ouvir cantar o galo
Quanto tempo mais, cair do cavalo..."


"Quanto tempo mais?" pegunta a canção. Até quando vamos transformar florestas em deserto? Até quando vamos secar nossos corações de tudo quanto é bondade e compaixão (literalmente "sentir junto")? Será que não estamos caindo numa "armadilha do progresso", para citar um termo de Robert Wright. E a onda da petrificação planetária se aproxima. Será que vamos "cair do cavalo"? Creio que não. Até lá não existirão mais cavalos.

Quanto Tempo Mais
(Ivo Rodrigues; Paulo Leminski)

Quanto tempo mais
O povo vai ficar de boca aberta
Quanto tempo faz
Sonhando ver algemas abertas
Ver apagado o fogo do dragão
Que queima vidas com vapor de ambição
Quanto tempo mais vamos lutar
Por uma sorte maior

O cansaço arde na boca

Mais uma estrada asfaltada
Sem flores, com taxas pagas
Pra se ouvir cantar os pássaros
Quanto tempo, ei, vamos esperar

Algo que venha do chão
Ou que venha do ar
Para nos salvar, quanto tempo mais
Vou dizer
Quanto tempo mais

Quanto tempo mais
O povo vai ficar pra trás
Filho sem pai
Nessa guerra sem paz
Ver apagado o fogo do patrão
Que bebe vidas com sabor de limão
quanto tempo mais vamos lutar
Pela esculhambação

A saudade cai no coração

Mais uma estrada asfaltada
Sem flores não leva a nada
Pra se ouvir cantar o galo
Quanto tempo mais, cair do cavalo

Mesmo que seja no chão
Eu vou ter que voar
Mesmo que eu venha pro chão
Eu posso me levantar
Não vão me ganhar, quanto tempo mais
Vou dizer
Um minuto mais

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

a palmeira estremece...

a palmeira estremesse
palmas para ela
que ela merece

[p. leminski]

Como não lembrar da cena do motorista, a grande cena do motorista, um grito de realidade atirado às faces da rua (e do motorista). Max diz: "Há as árvores acima de você, com folhas que se mexem com o vento. Já olhou para as árvores? Há a sua mulher, que é bela e que perde a juventude te cozinhando creme de cogumelos, enquanto você a trai. E os seus filhos com a pele macia e bela. Já agradeceu alguma vez na vida pela pele macia dos seus filhos? E há as vacas que te fazem leite, manteiga e queijo todos os dias, já disse "obrigado" às vacas?!!!

Lembrando, segue um link para o diálogo todo, a cena e um pequeno texto sobre: http://belaverde.blogspot.com.br/search?q=motorista

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

pity, pity...

pity
       pity
               the bird
to
    the
           city

p. leminski

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Regresso à natureza, por Satish Kumar

 "...regressemos à natureza. A natureza tem a solução,
dá-nos tudo o que precisamos,
alimentos, roupas, casas, sapatos, amor, poesia, arte."
Trecho de entrevista concedida por Satish Kumar, que comenta, entre outras coisas, as crises econômicas, segundo ele apenas crises do dinheiro. 

"Esta não é uma crise econômica, é uma crise do dinheiro. E o dinheiro é apenas uma ideia, um número no computador. Os realistas criaram este problema artificial e estão preocupados com a crise, voam pelo mundo, vão a Bruxelas, reúnem-se com banqueiros. Mas a terra continua a produzir alimentos, as oliveiras a dar azeite, as vacas a dar leite e os seres humanos não perderam as suas capacidades. Eu diria, regressemos à natureza. A natureza tem a solução, dá-nos tudo o que precisamos, alimentos, roupas, casas, sapatos, amor, poesia, arte."

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Elis Regina - Os homens de preto

"...O gado, coitado, nasceu foi marcado
Aí vai condenado direto a charqueada
Mas manda a poeira no rumo de Deus
Berrando pra ele, dizendo pra Deus

'Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez'..."



Na "utopia" (prefiro pensar em "eutopia") labellevertiana conseguimos escapar da exploração animal, do especismo. Até quando vamos insistir desnecessariamente em tais práticas? Entre nossa sociedade coisas bizarras tornaram-se naturais como num passe de mágica: caça esportiva, pesca esportiva - tortura permitida a troco de um "puro" prazer, como se não houvessem outras formas de se liberar adrenalina - sem falar nas "exposições de cadáveres". Será mesmo Deus quem fez tudo isso?

Os homens de preto
(Paulo Ruschel)

Os homens de preto trazendo a boiada
Vem vindo, cantando, dando gargalhada
O bicho, coitado, não pensa, nem nada
Só vem pela estrada direito à charqueada
"Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez"

E os homens de preto trazendo a boiada
Vem vindo, cantando, dando gargalhada
"Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez"

Os homens de preto trazendo a boiada
Vem vindo cantando, dando gargalhada
E o bicho, coitado, não pensa, nem nada, só vem pela estrada
Vem berrando, vem berrando
O gado, coitado, nasceu foi marcado
E aí vai condenado na estrada berrando
a querência deixando e os homens malvados
empurrando e gritando
Toca boi, toca boi, toca boi, toca boi
Eh, toca boi, boi, boi, boi
Os homens de preto trazendo a boiada
Vem vindo cantando, dando gargalhada
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
O gado, coitado, nasceu foi marcado
Aí vai condenado direito a charqueada
Mas manda a poeira no rumo de Deus
Berrando pra Ele, dizendo pra Deus
"Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez"

Eh, Deus, eh Deus,  você fez, você fez
E os homens de preto empurrando a boiada
Vem vindo, cantando, dando gargalhada 
"Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez"

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

City-crazy - Bridget St. John

"...people chasing hours cannot laugh away the years..."



O eu lírico desse canção poderia ser facilmente um dos desconectados por Mila. Quem sabe o médico? 

City-crazy
(Bridget St. John)

"I'm a little city-crazy – it is getting out of hand
I need to change my rhythm for the rhythms of the land
living in the city's grip I feel I lose control
as she reaches for my body she is hoping for my soul
 

there's a wilderness of buildings that are swallowing the ground
they tie us to their chaos and they try to drag us down
people chasing hours cannot laugh away the years
I'm bewildered by the city for she turns my fun to fear

I am tired of rushing nowhere - I've been dusty far too long
I need to leave and go where I can feel that I belong
I need to sleep on shingle - yes I wish to step in sand
to move in time to tides and winds and things I understand"